Facas

Sandro Boeck é o vencedor do “Desafio Sob Fogo” e garante tricampeonato para o RS

O gaúcho Sandro Boeck, 45 anos, pode empunhar com orgulho o título de melhor forjador da América Latina. Natural de Santa Maria, ele se tornou o terceiro vencedor do reality show de cutelaria Desafio Sob Fogo Brasil e América Latina, cuja final foi exibida no país na noite desta quinta-feira (1º) pelo History Channel.

Mestre formado pela Corporazione Italiana Coltellinai (Itália) e pela American Bladesmith Society (EUA), Boeck também garantiu a hegemonia do Rio Grande do Sul na competição por mais um ano. Nas duas primeiras temporadas, Desafio Sob Fogo premiou os gaúchos Tom Silva (2018) e Daniel Jobim (2019).

Boeck disputou a final com o argentino Diego Borsotti, além de outros dois forjadores brasileiros: Cléber Melo (Brasília/DF) e Milton Rodriguez (Curitiba/PR). Na última prova, o quarteto precisou elaborar uma faca de autor, com a técnica de damasco em pó.

Em homenagem às suas origens, Boeck não teve dúvidas e sua última faca em Desafio Sob o Fogo foi uma Gaúcha Integral. A transformação do metal nesta arma letal foi cheia de emoção para o competidor. Sua caixa furou, a solda quebrou, a têmpera não funcionava de forma alguma. A cada obstáculo, contudo, ele encontrou uma solução. E os jurados celebraram sua determinação em renascer das cinzas:

— Como uma fênix gaúcha. Do pó de damasco — brincaram.

Uma vez prontas, as lâminas dos quatro candidatos passaram por diversas avaliações. Na primeira fase, Milton foi eliminado por detalhes no acabamento de sua faca, que deixaram a desejar. Em seguida, começaram os testes.

As três facas restantes sobreviveram bem ao teste de resistência, cortando um bloco de gelo, porém a de Cléber perdeu o fio. Foi o que resultou em sua eliminação, uma vez que as lâminas precisavam estar afiadas a ponto de fatiar frutas em um piscar de olhos.

A avaliação final foi um teste de letalidade, feita em um boneco de gel balístico. As duas lâminas se provaram excepcionais. A de Diego, participante muito confiante desde o início do desafio, acabou sendo considerada um tanto pesada para ser manuseada. Assim, a lâmina de Sandro — celebrada por se encaixar perfeitamente no punho — conquistou o júri.

Além do título de melhor forjador da América Latina, ele foi premiado com US$ 10 mil (cerca de R$ 56 mil). Boeck já adiantou a GZH que pretende investir o prêmio em sua oficina de facas, em Cachoeira do Sul, onde mora desde 1985.

Fonte: GHZ